Sou como o rio em processo de vir a ser...
Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina. Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo.
O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.
Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nessa hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.
Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil. Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão. Eu sou inacabado. Preciso continuar.
Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim.
Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim. Sem culpas.
Padre Fábio de Melo
Quantas vezes sinto que Deus me colocou muita responsabilidade ficando responsável pelo meu irmão de 42 anos que é deficiente desde que nasceu,não tenho mais meus pais e por não ter tido filhos assumi esta responsablidade e as vezes meu irmão me chama de mãe, eu peço muitas orações para que eu tenha mais paciência com meu irmão e mesmo sendo 7 anos mais velha que ele, que eu possa envelhecer bem para bem cuidar dele.Que Deus não desista de nós nunca. Rosane - Vitória /ES.
ResponderExcluirRosane,
ResponderExcluirResponsabilidades e a força para encará-las são nos dadas na mesma medida. Deus nunca nos chama sem que nos capacite para o chamado.
Deus abençoe a sua missão.
Imagino que não deve ser fácil, mas toda luta pautada na paciência, no amor e, principalmente, em Deus, já tem sua vitória assegurada.
Dias difíceis, dores, lágrimas... tudo isso virá. Faz parte do caminhar... mas Deus não desistirá de mostrar que Seu amor é maior que as noites escuras.
Ele nunca desiste de nenhuma ovelha do seu rebanho.
Fique com Deus!
Paz...