No mês do Natal, Padre Fábio de Melo fala sobre os encantos que teêm por Minas e traz uma mensagem especial para você.
Por Brenda Lara, Ednardo Max e Juliana Linhares
01/12/2008DM: O senhor nasceu em Formiga. Como foi a vida do menino Fábio em uma cidade do interior de Minas? Quais são as melhores lembranças?
Padre Fábio de Melo: Minha infância foi rural. Morava numa região da cidade muito marcada pela simplicidade. Minhas lembranças felizes são costuradas a tudo o que pertence a este contexto de simplicidade. Andar a cavalo, brincar em casa abandonada, roubar frutas no sítio do vizinho...
DM: No álbum “Tom de Minas” o senhor faz homenagens a Milton Nascimento e Adélia Prado. Na faixa “Contrários” há uma participação especial de Paulinho Pedra Azul. A cultura mineira sempre foi uma inspiração no seu trabalho?
Pe. FM: Eu costumo dizer que a Adélia é a matriz da minha literatura. Foi com ela que eu aprendi que o cotidiano é o lugar da beleza velada, e que escrever é ofício de retirar o véu. A vida em Minas segreda motivos interessantes, nosso jeito de ver o mundo é muito peculiar. Milton Nascimento é minha matriz musical. Cresci ouvindo suas canções e com elas despertei minha sensibilidade. Paulinho Pedra Azul é uma de nossas maiores riquezas. Me recordo até hoje, o primeiro contato que tive com a obra dele. Ele me ensinou que a tristeza é bela. A melancolia do Paulinho é um retrato que guardo na sala de estar da minha vida.
DM: “Tom de Minas/ Terra onde a palavra é dom / Sons de mil tons / Terra onde das esquinas nascem sons.” Nos primeiros versos da música Tom de Minas o senhor evoca a musicalidade dos mineiros. A riqueza musical de Minas Gerais vai do estilo barroco ao contemporâneo. Quais suas preferências e com que freqüência o senhor ouve música mineira?
Pe. FM: Eu escuto sempre. Fiz minha casa na “esquina do clube”. A metáfora é só para demonstrar o quanto este movimento ainda me move. Os sons contemporâneos de Minas são riquíssimos. Samuel Rosa nos representa com mestria. As suas parcerias com Chico Amaral salvaram uma época. Rogério Flausino também é um talento grandioso. Vander Lee é um poeta musical, lida bem com a sonoridade das palavras. Anthonio é um cantor que escuto todos os dias, assim como tomo vitamina C. Mantêm a saúde.
DM: Existem projetos para outros trabalhos – músicas ou livros – inspirados nas Minas Gerais?
Pe. FM: Existem. O primeiro é o livro: “Orfandades – O destino das ausências” e deve ser lançado no início de 2009. Outro projeto, também para o ano que vem, é a gravação do CD “Tom de Minas” em DVD. Tenho muita vontade de pegar as canções do CD e ampliar o projeto com poemas e outros textos. Quero fazer uma homenagem à minha terra. Minas é minha mãe. É dela que herdei meu jeito demorado de olhar para o mundo.
DM: Em sua experiência como sacerdote o senhor percebe que a religiosidade do mineiro é diferente dos outros brasileiros ou isso é apenas uma fala tradicional?
Pe. FM: É diferente. Nos andores de Minas as dores nos parecem bonitas. A religiosidade mineira esbarra o tempo todo no cenário do calvário. Há quem enxergue nisso um “dolorismo”. Eu enxergo uma espiritualidade encarnada. A gente reza a partir da dor.
DM: Entre belas igrejas, gastronomia, paisagens e outras coisas boas de Minas, para o senhor quais são os símbolos das Gerais?
Pe. FM: O povo. A fala inconfundível. Se eu encontro um mineiro em Paris, reconheço logo. É marca que trazemos na alma. Nossa fala tem pausas, tem sotaque que nenhum outro povo no mundo tem igual.
DM: Como tratar a fé no mundo que atualmente estamos vivendo, em que as pessoas cada vez mais deixam a religiosidade de lado?
Pe. FM: Eu creio que o discurso religioso se torna mais interessante à medida que cumpre a missão de aliviar a existência. Fé é experiência existencial, e por isso precisa mover a nossa vida. Reduzir a religiosidade ao cumprimento do rito é empobrecer a riqueza. Grande parte das pessoas que não são religiosas, nasceram e cresceram na religião das obrigações.
DM: Como é o dia-a-dia de um evangelizador e uma pessoa atuante na mídia?
Pe. FM: Não tenho rotina. Todo dia tenho um lugar diferente para chegar. A minha única garantia é que Deus mora em todos os lugares. Eu o encontro sempre.
DM: Que sentimento lhe ocorre quando você fica sabendo da satisfação espiritual dos fiéis quanto às suas pregações em eventos evangelísticos?
Pe. FM: Não há nada mais realizador. Saber que meu ministério fez bem a alguém já é motivo para dizer: Valeu ter vivido!
DM: Deixe uma mensagem de Natal para os funcionários do SENAC e para os internautas do Descubraminas.
Padre Fábio de Melo: Minha infância foi rural. Morava numa região da cidade muito marcada pela simplicidade. Minhas lembranças felizes são costuradas a tudo o que pertence a este contexto de simplicidade. Andar a cavalo, brincar em casa abandonada, roubar frutas no sítio do vizinho...
DM: No álbum “Tom de Minas” o senhor faz homenagens a Milton Nascimento e Adélia Prado. Na faixa “Contrários” há uma participação especial de Paulinho Pedra Azul. A cultura mineira sempre foi uma inspiração no seu trabalho?
Pe. FM: Eu costumo dizer que a Adélia é a matriz da minha literatura. Foi com ela que eu aprendi que o cotidiano é o lugar da beleza velada, e que escrever é ofício de retirar o véu. A vida em Minas segreda motivos interessantes, nosso jeito de ver o mundo é muito peculiar. Milton Nascimento é minha matriz musical. Cresci ouvindo suas canções e com elas despertei minha sensibilidade. Paulinho Pedra Azul é uma de nossas maiores riquezas. Me recordo até hoje, o primeiro contato que tive com a obra dele. Ele me ensinou que a tristeza é bela. A melancolia do Paulinho é um retrato que guardo na sala de estar da minha vida.
DM: “Tom de Minas/ Terra onde a palavra é dom / Sons de mil tons / Terra onde das esquinas nascem sons.” Nos primeiros versos da música Tom de Minas o senhor evoca a musicalidade dos mineiros. A riqueza musical de Minas Gerais vai do estilo barroco ao contemporâneo. Quais suas preferências e com que freqüência o senhor ouve música mineira?
Pe. FM: Eu escuto sempre. Fiz minha casa na “esquina do clube”. A metáfora é só para demonstrar o quanto este movimento ainda me move. Os sons contemporâneos de Minas são riquíssimos. Samuel Rosa nos representa com mestria. As suas parcerias com Chico Amaral salvaram uma época. Rogério Flausino também é um talento grandioso. Vander Lee é um poeta musical, lida bem com a sonoridade das palavras. Anthonio é um cantor que escuto todos os dias, assim como tomo vitamina C. Mantêm a saúde.
DM: Existem projetos para outros trabalhos – músicas ou livros – inspirados nas Minas Gerais?
Pe. FM: Existem. O primeiro é o livro: “Orfandades – O destino das ausências” e deve ser lançado no início de 2009. Outro projeto, também para o ano que vem, é a gravação do CD “Tom de Minas” em DVD. Tenho muita vontade de pegar as canções do CD e ampliar o projeto com poemas e outros textos. Quero fazer uma homenagem à minha terra. Minas é minha mãe. É dela que herdei meu jeito demorado de olhar para o mundo.
DM: Em sua experiência como sacerdote o senhor percebe que a religiosidade do mineiro é diferente dos outros brasileiros ou isso é apenas uma fala tradicional?
Pe. FM: É diferente. Nos andores de Minas as dores nos parecem bonitas. A religiosidade mineira esbarra o tempo todo no cenário do calvário. Há quem enxergue nisso um “dolorismo”. Eu enxergo uma espiritualidade encarnada. A gente reza a partir da dor.
DM: Entre belas igrejas, gastronomia, paisagens e outras coisas boas de Minas, para o senhor quais são os símbolos das Gerais?
Pe. FM: O povo. A fala inconfundível. Se eu encontro um mineiro em Paris, reconheço logo. É marca que trazemos na alma. Nossa fala tem pausas, tem sotaque que nenhum outro povo no mundo tem igual.
DM: Como tratar a fé no mundo que atualmente estamos vivendo, em que as pessoas cada vez mais deixam a religiosidade de lado?
Pe. FM: Eu creio que o discurso religioso se torna mais interessante à medida que cumpre a missão de aliviar a existência. Fé é experiência existencial, e por isso precisa mover a nossa vida. Reduzir a religiosidade ao cumprimento do rito é empobrecer a riqueza. Grande parte das pessoas que não são religiosas, nasceram e cresceram na religião das obrigações.
DM: Como é o dia-a-dia de um evangelizador e uma pessoa atuante na mídia?
Pe. FM: Não tenho rotina. Todo dia tenho um lugar diferente para chegar. A minha única garantia é que Deus mora em todos os lugares. Eu o encontro sempre.
DM: Que sentimento lhe ocorre quando você fica sabendo da satisfação espiritual dos fiéis quanto às suas pregações em eventos evangelísticos?
Pe. FM: Não há nada mais realizador. Saber que meu ministério fez bem a alguém já é motivo para dizer: Valeu ter vivido!
DM: Deixe uma mensagem de Natal para os funcionários do SENAC e para os internautas do Descubraminas.
Fonte: Descubraminas
É uma pessoa abencoado por DEUS,É por isso,que consegui atrair varias pessoas para que posssam seguir o caminho de DEUS.
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