sexta-feira, 30 de julho de 2010

Matéria da Revista Malu - 27/07/10

Entrevista com Fábio de Melo
28/7/2010 13:17:10
Isadora Attab

Padre reflete sobre as relações humanas, religião, frustrações e perdas.

Com o sucesso de Cartas entre amigos – sobre ganhar e perder, seus autores, padre Fábio de Melo e Gabriel Chalita, vêm percorrendo cidades de todo o Brasil para conversar sobre questões referente ao livro. A revista Malu acompanhou um desses eventos e publicou uma matéria com as reflexões do padre Fábio sobre as relações humanas, religião, frustrações e perdas.

“Sucesso é quando você deita a cabeça no travesseiro e tem aquela sensação boa: ‘meu Deus, hoje eu fiz o que tinha que ser feito, trabalhei bem’”. Ele confessa que fica feliz com a identificação que o público tem com sua figura e seus pensamentos, e assume que ser padre é muito mais que uma profissão: faz parte do que ele é.





LIÇÕES DE VIDA
Padre Fábio de Melo faz reflexões sobre como lidar com as perdas e as dificuldades do dia a dia
Texto de Aline Mendes

Das correspondências entre padre fábio de Melo e Gabriel Chalita surgiram dois livros. Para divulgar o mais recente, Cartas entre amigos - Sobre ganhar e perder, da Editora Globo, eles têm percorrido várias cidades e diante de uma plateia sempre lotada, conversam sobre diversos temas abordads na obra. Confira alguma reflexões do padre em um desses eventos do qual Malu participou.

Relações Humanas:
"a fragilidade dos vínculos é preocupante. As pessoas não estão dispostas a viverem os sacrifícios que constroem os vínculos. Ninguém fica amigo da noite para o dia, ninguém se torna marido e mulher da noite para o dia. As relações exigem. E parece que estamos cada vez mais dispersos para as exigências que os vínculos duradouros requerem".

Fé diante das dificuldades:
"a fé é um desafio, uma questão de maturidade. É preciso amadurecer para entender que muitas coisas acontecem porque as escolhas humanas foram erradas. É fácil atribuir as culpas das desgraças a Deus quando a gente não reconhece as nossas responsabilidades".

Religião:
"tenho medo de religiões que dão respostas mágicas, que não falam da vida real e propõem uma fé sem conflitos, sem dúvidas. Precisamos de uma religião que abra os nossos olhos, que nos questione e ajude a ver a vida com clareza para fazer boas escolhas. A religião não é para tornar nossa vida mais fácil, mas para nos capacitar a enfrentar a vida".

Resolução dos problemas:
"uma das regras da existência é o distanciamento. Há situações que você só entende quando toma uma certa distância. Muitas vezes não damos conta das nossas questões porque enxergamos apenas o foco. Quando ganhamos amplitude em nossa reflexão, ganhamos qualidade de vida".

Perdas e ganhos:
"é preciso escolher bem para que você possa crescer e, quando isso acontecer, descobrir que uma perda vale a pena quando se tem consciência de que está construindo um ganho para depois. A gente precisa aprender a perder na hora certa, a fazer sacrifícios".

Frustrações:
"nada pior do que chegar em um momento da vida e ver que você não foi o ser huano que gostaria. Como a pessoa se torna frustrada? Quando escolhe errado, não percebe e se acostuma. E aí, quando acorda, depositou suas energias no lugar errado".

Missão pessoal:
"ser padre é profissão? Não, eu nunca tirei férias. Nunca tive o direito de ir para uma praia e dizer: eu não sou padre neste mês. Assim como a pessoa não tem o direito de tirar férias de ser mãe, isso faz parte do que ela é. Se quiser manter sua vida de solteira, corre o risco de não ser a mãe que o filho merece. Assuma as consequências de ser mãe".

Padre de sucesso:
"ter o reconhecimento dos outros por trabalhar bem é bom. É interessante saber que exitstem pessoas que gostam do que escrevo, qu se identificam com o que falo. Isso diminui a minha solidão. Mas eu não tenho ilusão. O único sucesso que realmente importa é o de ser quem a gente é, mesmo que ninguém saiba o que você faz".

"Sucesso é quando você deita a cabeça
no travesseiro e tem aquela sensação boa:
'meu Deus, hoje fiz o que tinha que ser feito,
trabalhei bem'".



Um comentário:

  1. "tenho medo de religiões que dão respostas mágicas, que não falam da vida real e propõem uma fé sem conflitos, sem dúvidas. Precisamos de uma religião que abra os nossos olhos, que nos questione e ajude a ver a vida com clareza para fazer boas escolhas. A religião não é para tornar nossa vida mais fácil, mas para nos capacitar a enfrentar a vida".

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