'Uma luz me orientou'
Fenômeno pop, o padre-cantor Fábio de Melo renega o rótulo de galã e conta de onde veio a inspiração para o novo CD
Virgínia Garbin
Especial para o BOM DIA
Segunda-feira, 14 de dezembro de 2009 - 19:52
O provérbio é judaico, mas se aplica ao que vive atualmente o padre católico Fábio de Melo, 38 anos: “A modéstia é o mais nobre de todos os adornos”.
Discreto, ele renega os rótulos de celebridade ou galã e faz questão de manter sua rotina, com missas diárias. “Se eu perder o contato com as pessoas, estarei infeliz”, diz ele, que foi o maior vendedor de CDs em 2008 (700 mil cópias do álbum “Vida”) e que acaba de lançar o novo “Iluminar”, além do livro “Mulheres cheias de graça”.
Como foi a escolha das músicas do disco “Iluminar”?
FÁBIO DE MELO – Digo que esse disco teve vida própria e se configurou aos poucos. Eu tinha uma ideia de repertório que, em pouco tempo, mudou completamente.
Qual era a proposta inicial?
Queria um CD mais secular e menos religioso, com clássicos da música popular brasileira. Gosto da ideia de incluir o discurso religioso em canções da MPB. Consegui manter apenas “Novo tempo”, de Ivan Lins, Dessa maneira. No último mês, tive um surto de composições e escrevi várias músicas ao mesmo tempo. O CD ficou pronto em apenas 15 dias.
O nome “Iluminar” tem a ver com algum momento particular?
Gosto dessa palavra. Ela lembra reflexão, a luz que o Espírito Santo traz. Talvez tenha a ver comigo, sim. Afinal, neste ano, defini meu papel e a importância do que realizo. Uma luz me orientou.
Você lançou há dias “Mulheres cheias de graça”, seu terceiro livro para o público feminino.
Sempre tive mulheres muito fortes por perto, entre elas minha mãe, tias e professoras. Quem manda no mundo são elas, que usam o poder de forma sutil, sem grosseria. Na minha casa, tenho quatro irmãs que mandavam em todos.
E o livro “O destino das ausências”, que você lançará no ano que vem, fala sobre o quê?
Fala sobre as perdas que sofremos ao longo da vida, de nossas carências e até sobre a solidão.
Você continua com os seus compromissos de padre, mesmo sendo famoso?
Não me considero famoso, mas sim conhecido do grande público. Rezo minhas missas diariamente e ainda visito famílias onde moro, em Taubaté (a 140 quilômetros da Capital). Faço questão de encontrar pessoas para conversar, me ajuda na hora de escrever. Para mim, é questão de sobrevivência. Senão perderei toda a alegria.
A vida pública lhe cansa?
Ser uma pessoa pública é muito cansativo. Procuro me preservar e não gosto de noticiar tudo aquilo que faço. Tento achar o equilíbrio entre vida pública e privada. No entanto, as escolhas que fazemos nos empurram a sermos pessoas conhecidas.
Ser chamado de padre-galã ainda o incomoda?
Já incomodou mais. Hoje em dia, estou mais tranquilo, as pessoas me respeitam mais, a febre passou. Mesmo assim, acho o rótulo desnecessário.
O que faz com o dinheiro e os presentes que ganha?
Alguns objetos eu doo para quem precisa. E o dinheiro dos shows (são nove por mês) e da venda dos CDs é todo revertido para instituições de caridade cuidadas pela congregação. Além delas, há outras que adotei.
Fonte: Rede Bom Dia
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